quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


"COMO NASCEU A ALEGRIA"(Rúben Alves)
Você pode não acreditar, mas é verdade: muitos anos atrás a terra era um jardim maravilhoso.É que os anjos, ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a sua primeira tarefa, todo dia.Se esquecessem, todas as plantas morreriam, secas, estorricadas... Para que isso não acontecesse, Deus chamou o galo e lhe disse:- Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem...E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã...Flores havia aos milhares. Todas eram lindas. Mas, infelizmente, todas elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a mais bela.E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se perguntavam, sem parar:- Não sou a mais linda de todas?Até pareciam a madrasta da Branca de Neve.Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas.Por isso, todas ficavam sem resposta.E eram, assim, belas e infelizes.No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu.Uma florinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer.A florinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga.Até que ela começou a notar que as outras flores a olhavam com olhos espantados. E percebeu, então, que era diferente.- Por que é que as outras flores me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala...?- Por que será? Que é que você acha?, perguntou o pai.Na verdade, ele bem sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria que a florinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e amar a sua pétala.- Acho que é porque eu sou meio esquisita..., a florinha respondeu.E ela foi ficando triste, triste... Não por causa da sua pétala rachada, mas por causa dos olhos das outras flores.- Já estou cansada de explicar. Eu nasci assim... Mas elas perguntam, perguntam, perguntam...Até que ela chorou.Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes.A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam. E ela chamou a árvore e lhe contou baixinho:- A florinha está chorando. E a terra chorou também. A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água...Os pássaros voaram até as nuvens.- Nuvens, a florinha está chorando. E choraram lágrimas que se transformaram em pingos de chuva... As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu.As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio.E quiseram saber o que estava acontecendo. E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também... E Deus, que era uma flor, começou a chorar também.E a sua dor foi tão grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas. E Deus ficou tal e qual a florinha.E aquele choro todo, da terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus, virou chuva, como nunca havia caído.O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris...E as chuvas viraram rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes pequenos.Nos mares apareceram os peixes grandes.A florinha abriu os olhos e se espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócega no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso...E foi então que aconteceu o milagre.As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam.Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu.O perfume é o sorriso da flor. E o perfume foi chamando bichos e mais bichos...Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as borboletas... Vieram as crianças.Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir.E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel...Esta é a estória do nascimento da alegria. De como a tristeza saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso virou perfume.A florinha não se esqueceu de sua pétala partida.Só que, deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava, como boa amiga. Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados.De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha...Enquanto a florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim..

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Conte uma história e encante uma CRIANÇA






















COMO CONTAR HISTÓRIAS?


Uma história deve ser contada emocionalmente e não simplesmente apresentada em seu enredo. Uma
boa história é uma obra aberta, que permite muitas leituras, muitos caminhos, muitas saídas.
Contar uma história é fazer a criança sentir-se identificada com os personagens. É trazer todo o
enredo à presença do ouvinte e fazer com que ele se incorpore à trama da história, como parte dela.
As crianças agem, pensam, sentem, sofrem, alegram-se como se fossem elas próprias os
personagens. A história assim vividas pode provocar-lhes sentimentos novos e aperfeiçoar outros. Por
isso as histórias não devem ser deprimentes. O final deve ser feliz, para transmitir aos ouvintes uma
emoção sadia. O principal na arte de contar histórias é saber despertar a emoção.Quando as crianças
nos pedem que lhes contemos histórias é porque sentem necessidade de sair de si mesma, de
experimentarem uma nova sensação. Para se contar bem uma história é preciso possuir habilidade,
treino e conhecimento técnico do trabalho, pois os valores artísticos, lingüístico e educativos dependem
da arte do narrador.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010


AFETIVIDADE: A ÚNICA SAÍDA PARA A EDUCAÇÃO


O aspecto afetivo tem uma profunda fluência sobre o desenvolvimento intelectual da criança, pode acelerar ou diminuir o ritmo de desenvolvimento. O afeto é o princípio norteador da autoestima. A falta de afetividade leva à rejeição aos livros, à carência de motivação para a aprendizagem, a ausência da vontade de crescer. Aprender deve estar ligado ao ato afetivo, deve ser gostoso, prazeroso. Então educador, encante o seu aluno com suas aulas, seja professor dos sonhos. Com o passar do tempo, talvez o seu aluno não recordará o conteúdo que você ensinou, mas pode ter certeza que ele lembrará do seu olhar, do seu sorriso, do jeito especial. São suas marcas que irão prevalecer.
Segundo Paulo Freire, “É impossível ensinar sem a coragem de querer bem”. Diante dessa afirmativa tão espetacular, podemos acreditar que o educador é um semeador da palavra, do amor, do afeto, do respeito, da dedicação e da esperança.
É o seu olhar, educador, que faz do aluno um ser mais confiante em sua trajetória, enquanto ser pensante. A criança deseja e necessita ser mais amada, aceita, acolhida e ouvida para que possa despertar para a vida da curiosidade e do aprendizado.
Só quem ama verdadeiramente vai dedicar-se a educar dentro dos limites necessários para que a criança se torne um adulto equilibrado, feliz, com chances de se realizar como ser humano. E não esqueça: educar é um ato de amor e para educar é necessário amar profundamente.

Rejane Márcia Ribeiro de Carvalho – Pedagoga
Coordenadora da Escola Municipal de Educação Infantil Professora Maroquinha
E-mail:rejane.08@hotmail.com